O Poder do Agora como busca de superação – Texto baseado no livro “O Poder do Agora” de Eckhart Tolle

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Pensando no próximo texto que ia escrever no blog, percebi que além da necessidade de informar `a população sobre os tratamentos que a Fisioterapia Pélvica pode oferecer para as disfunções do assoalho pélvico, também há a necessidade de trazer `a tona algumas das questões envolvidas nesse processo, desde a aceitação do problema `a busca de tratamento. Com a minha experiência de prática clínica com os pacientes, quero tentar oferecer nesse momento uma outra forma de reflexão dessa questão. Não estou querendo entrar na psique humana, pois não é a minha área de formação, mas sim tentar responder algumas das questões que surgem perante a análise desses fatores.

Primeiramente, gostaria de explicar sobre o que compreende as disfunções do assoalho pélvico que não podem ser resumidas a uma simples perda de urina. O assoalho pélvico é uma estrutura formada por músculos, fáscias e ligamentos que se situam na base da pelve óssea (bacia) e é responsável por manter os órgão pélvicos em suas posições anatômicas e a continência urinária/fecal, além de servir como intercurso durante a relação sexual.

As disfunções acontecem em homens, mulheres e crianças quando um ou mais dos componentes do assoalho pélvico falham. Os fatores de risco envolvidos são: envelhecimento (idade), obesidade, tabagismo, paridade (muitas gestações), partos mal conduzidos, cirurgias pélvicas para retirada de tumores, endometriose, entre outros. As disfunções podem ser teoricamente separadas em compartimento anterior (urinária e sexual) e posterior (colorretal). Porém, na prática não existe essa separação, porque uma pode levar `a outra ou podem se somar. Os principais sintomas incluem a perda involuntária de urina e/ou fezes, urgência para urinar e defecar, dores pélvicas que podem ser aterrorizantes e dificuldade para ter ou manter uma relação sexual.

A primeira pergunta que surge é: Por quê as pessoas acometidas negam o problema? Sob o meu ponto de vista, em primeiro lugar vem a falta de informação em saber o que é certo e o que é errado em relação ao corpo humano, em segundo, comentários como: “isso é normal, não se preocupe, também perco xixi” e quem sabe não em terceiro lugar, mas como marco zero – “Durante muitos séculos foram se acumulando interpretações erradas em torno da palavra pecado, devido `a ignorância, `a incompreensão ou a um desejo de controle, embora todos contenham um fundo de verdade” ou “A vergonha e alguns tabus em torno de certas partes e funções do corpo, especificamente quanto `a sexualidade, passaram a existir”. Além de tudo isso, por quê uma mulher procuraria ajuda para melhorar a sua função sexual se não há interesse e libido? Por quê uma pessoa vai se expor em público relatando a sua disfunção? Pequenos exemplos apenas…

Considerando-se o parágrafo anterior, se essas questões que levam `a negação do problema forem resolvidas, a busca por tratamento irá aumentar com certeza… Não devemos pensar como uma forma de exposição e vergonha relatar um problema desse `a alguém, mas pensar que esse alguém também pode estar precisando de ajuda ou informação ou ainda conhece alguém que esteja.

Em segundo lugar vem a questão da famosa palavra – qualidade de vida“conjunto de condições que contribuem para um bem físico e espiritual dos indivíduos em sociedade”. Agora me diga, uma pessoa que tem um problema como uma disfunção do assoalho pélvico consegue ter qualidade de vida? Difícil, é a MINHA resposta. Pois, ser refém de um banheiro, ser refém de dispositivos para a incontinência, ser vítima de relacionamento frustrante com o parceiro, além de chegar ao ponto de mudar suas vestimentas e se isolar socialmente não se enquadraria numa situação confortável para mim. Não esquecendo que as disfunções sexuais muitas vezes se originam de problemas psíquicos mais profundos e/ou são frutos de abuso sexual.

Enfim, a busca de tratamento. As diversas especialidade médicas estão ao seu dispor para encontrar a causa do problema e tentar solucioná-lo, em conjunto com uma equipe multidisciplinar como Fisioterapeutas Pélvicos, Psicólogos, Nutricionistas, Educadores Físicos, Enfermeiros, enfim, todos os outros que fazem a área da saúde brilhar. “O tempo não tem nada de precioso, porque é uma ilusão. Aquilo que achamos ser precioso não é o tempo, mas um ponto que está fora dele: o Agora. Isso realmente é precioso. Quanto mais nos concentrarmos no tempo, no passado e no futuro, mais perdemos o Agora, a coisa mais importante que existe…A vida é agora”.

07012013295 Texto de Caroline Tarazi Valeton – Fisioterapeuta Pélvica

Foto de Beirute/Líbano: outra forma de reflexão perante os problemas vivenciados nessa semana com  ataques terroristas na região, novembro de 2015.

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