A dor emocional da incontinência

A incontinência é a palavra usada para descrever qualquer perda involuntária que pode ser tanto de urina (incontinência urinária) quanto fecal/gases (incontinência anal). A maioria das pessoas conhece apenas a urinária, entretanto a incontinência fecal também está presente em diversas idades e pode atingir o sexo masculino e feminino. Nenhuma dessas patologias se restringe a algum determinante.

As causas são diversas e principalmente incluem o próprio processo de envelhecimento pela perda de musculatura e colágeno da região do assoalho pélvico, cirurgias pélvicas, doenças neurológicas e na mulher as gestações e os partos normais.

A Fisioterapia Pélvica entra como primeira linha de tratamento da incontinência, reabilitando toda a musculatura do assoalho pélvico e agindo na neuromodulação dos sistemas. E como novidades para a incontinência urinária feminina surge o papel do laser e da radiofrequência vaginal. Para a incontinência fecal, a novidade é o tratamento baseado em corrente eletromagnética, EMSELLA (“a famosa cadeira”). O importante é iniciar o tratamento aos primeiros sintomas. Caso haja falha do tratamento conservador, procedimentos cirúrgicos e medicações são recomendadas.

Mas hoje, além de um resumo sobre o tratamento gostaria de expor a dor emocional causada por essas disfunções do assoalho pélvico. É importante recordamos que não é doença da terceira idade e diariamente atendo pacientes jovens acometidos. O uso de forros, absorventes e fraldas traz um desgaste emocional muito relevante e acaba interferindo a qualidade de vida. A vida social vira um capítulo perdido, pois o medo toma conta. A roupa preta começa a fazer parte da escolha diária. E assim a vida se torna cinza e preta.

credito que o primeiro passo seja reconhecer e assumir a disfunção, esquecer tabus e vergonhas e procurar um profissional especialista que faça o diagnóstico e ofereça um tratamento. A frase que mais comento com meus pacientes é “não se sinta único senão a minha profissão não existiria”. E para isso estou aqui, como objetivo principal de dar qualidade de vida e um sorriso no rosto. As vezes a cura não é possível, mas a frequência e a quantidade da perda podem melhorar.