Radiofrequência e Rejuvenescimento Genital

A radiofrequência não-ablativa é uma modalidade terapêutica da Fisioterapia que utiliza a energia eletromagnética para o aquecimento dos tecidos profundos, como a derme. A energia é convertida em calor por ação iônica e molecular, gerando, dessa forma, efeitos biológicos nesse tecido. Dentre os efeitos biológicos mais importantes, destacam-se o aumento do metabolismo local (maior aporte sanguíneo), a neocolagênese (estímulo `a produção de colágeno) e a melhora do colágeno já existente.

O uso da radiofrequência já é estabelecido em algumas áreas da medicina, como na dermatologia estética, com resultados comprovados na literatura científica para melhorar a flacidez de pele.

Agora entenda o papel do uso da Radiofrequência Genital:

1. Radiofrequência Genital na Frouxidão Vulvovaginal

A frouxidão vulvovaginal é causada pelo processo de envelhecimento (perda de colágeno) e por partos vaginais (distensão do tecido no período expulsivo do feto). Caracteriza-se pela presença de flacidez em grandes lábios e do canal vaginal, e pode levar a menor sensibilidade durante o coito (relação sexual) e aspecto inestético da região. A qualidade de vida sexual e a auto-estima da mulher podem ser afetadas.

Quando a radiofrequência é aplicada nessa região, estimula-se a produção de colágeno e a melhora da densidade do colágeno já existente. Artigos têm demonstrado melhora estética e melhora da função sexual. O procedimento é rápido, indolor e não necessita de inatividade da paciente.

2. Radiofrequência nas Disfunções do Assoalho Pélvico

A radiofrequência também tem sido utilizada na prática clínica nas disfunções do assoalho pélvico, tais como: dispareunia (dor durante a relação sexual), dificuldade miccional e evacuatória pelo aumento de tensão na musculatura do assoalho pélvico, incontinência urinária de esforço em mulheres, dor no local da episiotomia (corte realizado no parto vaginal), proctalgia (espasmos na região anal) e prolapsos genitais leves (“bexiga caída = cistocele, retocele, ...).

Os estudos preliminares dessa técnica nas disfunções do assoalho pélvico têm sido realizados na Escola Bahiana de Medicina e a precursora do método no Brasil é a Fisioterapeuta Dra. Patrícia Lordelo (PhD).

Nos quadros clínicos nos quais há um aumento da tensão na musculatura do assoalho pélvico, a radiofrequência é utilizada para melhora da elasticidade da fáscia muscular, tecido conjuntivo que envolve os músculos. Na prática clínica, observa-se excelente resultado. Na incontinência urinária de esforço feminina, tem-se sugerido promoção na síntese de colágeno no meato uretral.

3. Radiofrequência no Climatério, Pós-menopausa e na Menopausa Precoce

A menopausa (data da última menstruação) é um período muito conturbado na vida das mulheres pelos sintomas e desgastes que causa. Além dos sintomas sistêmicos pela queda das taxas hormonais, como irritabilidade, insônia e fogachos, o sistema urogenital também sofre as consequências. Como resultado surge a Síndrome Genitourinária da Menopausa, condição que gera uma atrofia vulvovaginal (secura vaginal e tendências à fissuras na região – levando à dor na relação sexual), além de urgência miccional (vontade súbita de urinar e aumento da frequência miccional) e incontinência urinária.

A radiofrequência surge como um tratamento para melhorar toda a funcionalidade desse canal vaginal. Por sua ação bioestimulante, consegue-se melhorar todas as propriedades biomecânicas do tecido por meio de estímulo de colágeno e elastina e formação de novos vasos sanguíneos, promovendo a melhora da lubrificação.

Pacientes tratadas por câncer ginecológico e que entraram em falência ovariana precoce podem também se beneficiar desse tratamento por todos os efeitos já citados anteriormente. As mulheres não precisam sofrer mais, a tecnologia veio para melhorar a sua qualidade de vida.

Considerações Finais

Um profissional capacitado deve ser escolhido! A avaliação Fisioterapêutica Pélvica deve ser realizada antes de indicar o tratamento. Existem contra-indicações a serem respeitadas. Embora o método seja indolor, não exija inatividade, pode causar lesões nos tecidos quando realizado incorretamente.